domingo, 11 de abril de 2010

Cinzas


São minhas, estas cinzas que piso.
Incandescentes ainda gravam-me nos pés dores da alma.
E no entanto caminho. Bem sei que vou em direcção a uma luz, por vezes ténue, mas uma luz, um brilho, talvez uma estrela.
Porque são as luzes tão longínquas e inatingíveis?
Não sei, nunca soube, seguir o futuro sem trazer agarrado o passado.
Compreendo agora porque tanto valor se dá as chagas que Cristo guarda na memória de quem o segue.
O passado rasga-nos a carne.
Mas o presente, meu Deus, porque rasga também ele esta carne cada vez mais frágil?
Não serei merecedor de pétalas e de óleos perfumados untados na pele áspera e dolorosa que me cobre.
Mas não poderei pelo menos guardar os odores da maresia que as ondas dos mares revoltos atiram ás praias, quando mergulho na imensidão do azul marinho, em busca da estrela do mar?
Mar e cinzas são a combinação perfeita do funeral que quero dar a dor!

terça-feira, 16 de março de 2010

Que tempo este!

Faz tempo que o não registo aqui.
Entre farmvilles e outras plantações que creio sejam fecundas, faltou o tempo e sobretudo a vontade.
Mas escrevo agora que a paz se instala, que a vida se solidifica, que todos, todos os que me rodeiam são a essência da vida, e quase sempre me surpreendem pela positiva.
Há mudanças em cada esquina, e nas retas que a vida nos oferece.
Voltei.
Tentarei escrever de novo. Sem muitos alaridos, mas com muita firmeza e amor!