quinta-feira, 30 de agosto de 2007

O divórcio não é uma separação. É uma etapa


Três anos passados sobre a minha maior crise de identidade e fuga para "nenhures", vejo-me a partilhar fugas e crises de pessoas que gosto.

Partilho-as, garantindo privacidade dos visados (alguns pelo menos). Faço-o para que possamos todos meditar por isso, e talvez para coleccionar algumas pistas de caminhos melhores através dos comentários.

1. Os meus filhos.
A proposta foi feita: Viver em Lisboa com o pai. Primeiro a recusa imediata. Não deixar os amigos as namoradas as brincadeiras, a rebeldia e a liberdade de viver no campo a 2 ou 3 horas de qualquer metrópole.
Depois as férias em Lisboa e a entrega á sedução da grande cidade. Fazer amigos novos, desafios interessantes.
1ª conclusão que tiro: Há que ter a coragem de experimentar se se quer evoluir. O estranho entranha-se.

1. (parte dois)
Os meus filhos
O convite veio de longe. Meia dúzia de dias num pais distante com viagem de avião e tudo. Para mim, para nós os pais, a ideia era oferecer divertimento.
A primeira reacção foi de tédio e de recusa, após a chegada. Com o tempo ficou entrelaçado nos primos e a partida foi dolorosa para ambas as partes.
2ª Conclusão: Há que dar tempo ás mudanças e ás coisas em geral. A precipitação afasta-nos da realidade

2. A amiga um!
Aos 24 anos descobriu que a sua sexualidade não era a normal. Descobriu da forma mais intensa, apaixonou-se. Teve a força necessária para assumir e enfrentar o mundo.
Acabado o amor refugia-se na sua sexualidade mas sofre as destempuras do amor difícil e angustiante. Perde a sua força e genuína liberdade deixando que emoção oprima a razão.
Está no vácuo da verdade.
3ª Conclusão: Logo que te entranhes na mudança deixa a porta aberta para outras mudanças ou sofres a depressão do antigo.

3. A amiga dois!
ao fim de uma vida extensa de casamento e amor e loucura, vê-se libertada pela libertinagem do marido. Aproveita, dá o grito do ipiranga, faz o que lhe foi recusado, usa o que jamais ousara. Solta-se e vai a descoberta do mundo.
Não acredita que após a mudança pudesse voltar a amar.
Então entrega-se á adrenalina do proibido e fora de regra. Torna-se moderna e tece uma relação de vanguarda, sem compromisso, sem regra, sem deveres nem direitos.
Entretanto apaixona-se pelo impossível e fica refém da loucura da opção anterior. Vê-se amada mas não arrisca pelo medo da juventude do pretendente ou do pavor da perca da sua amizade.

4ª Conclusão: se queres mudar muda para melhor. E se falhas volta a mudar e muda de novo.

Eu fiz quase o mesmo.
Tive a coragem de mudar. Mesmo na duvida de gostar deixei a mudança entranhar-se;
Precipitei-me na mudança. Acreditei nas primeiras emoções e quando deixei que o tempo passasse percebi o real valor da mudança;
Porque não havia porta aberta para novas mudanças voltei a viver a sensação da primeira mudança e cometi erros ainda maiores.
Então reflecti e percebi que me esquecera de mudar para melhor, limitando-me a mudar.

Olhei para o tempo e percebi que a verdadeira mudança que devia ter feito era interior. E que deveria ter dado o tempo necessário á vida que tinha.

Hoje regressei ao passado, 3 anos mais pobre.

Por mais aliciante que seja a miragem de uma nova mudança, decidi enfrentar o risco de mudar por dentro sempre que haja necessidade de mudar.

Arrasto comigo as dividas dos erros cometidos, que saldo cada vez que provo merecer a confiança dos meus credores na confiança que resolvi merecer voltar a ganhar.

Confuso?

Quem não ficaria. Mas os protagonistas desta historia têm 12, 16, 25, 40 e 44 anos, e apesar disso são tão iguais, que não me resta senão apresentar a mais profunda conclusão:

ESCOLHE! ASSUME A ESCOLHA E LEVA-A AO INFINITO!
SE SE TORNA DURO TRANSPORTAR A ESCOLHA QUE FIZESTE, ENTÃO MUDA POR ESTAR ERRADO!
ACIMA DE TUDO VIVE DE FORMA FÁCIL E NÃO COMPLIQUES. ACEITA-TE COMO ÉS E ACEITA QUEM ESCOLHESTE COMO É!

O padre o diz...até que a morte os separe.
Antes de juntar...pensa nisso!

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