quinta-feira, 2 de abril de 2009

46...ah pois é...46 aninhos!



Os recursos nos anos sessenta não se equiparavam aos de hoje, nem por amostragem.
Os meus pais ainda tinham menos que a média de então.
Numa quarta feira primaveril, pelas 2h da manhã, foram para a rua procurando um transporte, um táxi, possivelmente.
Nada. Ou quase. Um incógnito cidadão do Porto, ofereceu boleia, desde a conchada até ao, então, edifício da maternidade pública, junto ao jardim botânico de Coimbra.
Ás 7 horas da manhã...nasci.
3 de Abril de 1963.

Os progenitores já não podem contar mais, ou melhor, a história.
Fui o terceiro, com 11 e 15 anos de diferença, por isso não tenho memórias de grande família, nem tão pouco de brincadeiras ou guerras de irmão. Fui um filho neto.

As memórias que tenho, desde os 4 anos, não são as melhores. E só a partir do 13 anos me lembro de construir uma personalidade, baseada em experiências, e, desde sempre, nas amizades que fui criando.

Casei aos 26, e tive a mais importante viragem pessoal, sobretudo a nível de comportamento.Tive o primeiro filho aos 28 (outro aos 32 e outro aos 42).
No meio divorciei-me, porque o erro faz parte da construção do trajecto, e vivi os 2 anos mais amargos da minha vida. (ainda hoje lido de perto com restos desse período)
O ano passado recuperei a minha família e voltei a casar com a mulher da minha vida, a primeira de todas, a mãe dos meus filhos, a única.

Percebo que o saldo final da minha vida vai ser calculado quase e exclusivamente com os anos que passámos juntos. E acho que é assim que deve ser.

Não estou realizado profissionalmente, porque acho que estou brutalmente subaproveitado. Mas já registei na história a minha passagem profissional por esta vida. Ganhei prémios, nacionais e internacionais, incluindo um Leão de Ouro em Media no Festival internacional de Cannes. Ganhei e perdi dinheiro.

Mas sobretudo, e acrescentando à família, gabo-me de ter ganho amigos, muitos amigos.
E se inimigos houver, serão migalhas e resultam certamente de erros de calculo ou má interpretações.

Enfim, chego aos 46 anos com pena de não saber correr mais, mas feliz por ainda correr nas pistas de fundo....

4 comentários:

Margarida disse...

Um beijo. Do tamanho do bem querer que te tenho :)

@na disse...

Beijos de Parabéns!!! :))

Um pedaço de azul... um BloGui diferente disse...

Parabéns Paulo. Parabéns Homem com H grande... parabéns por encarares, ao longo destes 46 anos, a vida como quem encara o touro de frente! Para vivê-la bem é preciso ter vontade, ter tenacidade e capacidade para assumir tudo. Assumiste, neste post as coisas mais belas. Arrepiei-me ao ler sobre a Xiti, arrepiei-me ao conhecer o teu profissionalismo e ao perceber que estás insatisfeito justamente. Assumiste que estás aqui para viver! E que vivas mais 46... lol se assim for... viverás mais de um século! Boa?
Um beijo do tamanho desta ilha verde que sente a vossa falta

Psantos disse...

Ha gente especial! Há.
Obrigado gente!