domingo, 19 de janeiro de 2014

Dia 10. O Batismo


Faz hoje uma semana que a missa de Domingo falava do batismo. O Tomas não é batizado e anda agora na catequese e nos escuteiros, por sua própria vontade.

Se é verdade que a minha personalidade se criou até aos meus 20 anos, a igreja e "Os Joaninhas", são quem tem o maior share dessa responsabilidade.
Não posso esquecer os meus pais, e os pais dos meus amigos que fui adotando na time line de então. E Nesses os pais Fonseca foram os mais determinantes.
Aliás, aos pais Fonseca e D. Cecilia, outra mãe de então, devo uma dormida de uma noite no Carmelo de Fátima, com tudo o que de marca teve na minha juventude.

O Movimento Joaninha, através da Prática repetida, aos fins de semana, na casa Dr Elísio de Moura, ou na Ordem Terceira, ou noutras instituições de crianças e jovens ou da terceira idade, ensinou-me a alargar o horizonte da compreensão á noção de família, de partilha, de injustiça, e ensinou-me a partilhar a ouvir, e essencialmente a amar.
A Igreja ensinou todo o código.
Mas não mostrou muito da prática.
Por isso fiz a minha própria igreja, no dia a dia, em toda a minha atividade, em todos os meus pensamentos. E Fui tudo na igreja, catequista, escuteiro, coro, acólito, sei lá...tudo.
Pensando, descubro que toda a minha juventude fui "empurrado" para esta comunidade, e que a sua cúpula em menos tempo me empurrou de lá.

Ambas as instituições deixaram as marcas necessárias da minha personalidade.E grito com orgulho que sou católico, mas também digo que peco e que a minha base de dados de pecados está atualizada e é sempre mais pequena que a do servidor central do Vaticano.

Faz hoje uma semana que todos estes pensamentos me percorreram a memória.
Hoje, o meu filho Tomás, que eu devia "empurrar" para a igreja, para a instituição, para que construísse a sua própria Igreja, hoje, é ele que me "pucha" para a Igreja.
Hoje é le que quer fazer os percursos e é ele quem defini os tempos, os objetivos e as metas.

Mas é hoje, também, que sinto o meu abrigo a cumprir as suas funções. Sei que é ali que guardo o meu tesouro, os meus valores.
Dizem que sou boa pessoa, na minha frente, os meus amigos. Sei que tento ser, mesmo quando, ou sobretudo, quando não parece.

Mas fico bem, todas as noites, ao puxar o lençol de cima, por saber que os valores estão intatos e passaram de mão em mão, como as pombinhas da catrina*

* se é catrina, alguem sabe de onde vem o nome?

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