terça-feira, 29 de maio de 2007

Upi Upi Upi

É quase uma sina.
Depois de anos e anos a partilhar a minha vida com terceiros, essencialmete com casais, a quem sempre falei da união de duas almas (richard Bach sempre presente), dou por mim a cair no maior erro que apontava.
Não devemos aceitar o louco apelo inato do corpo e ceder aos devaneios sexuais que nos propõe. A partir daí nada será como dantes, nada.
Não escrevo isto para ninguém, mas todos podem ler se lhes fizer bem!
De facto, nas entrelinhas da vida, há sempre momentos de atracção fatal, situações de extrema adrenalina que nos levam a querer ir longe demais.
Mas devemos pará-los, castrá-los se necessário.
Da mesma forma que não defecamos na via pública, não devemos fornicar de forma pública.
Dou por mim a pensar e a escrever sobre o inferno em que vivi os meus últimos 3 anos.
Sim, inferno.
Confundi carinho, afecto e sexo, com amor.
Comprometi os que realmente me amam.
Mesmo depois de descobrir o erro, persisti e mantive moribunda uma relaçao, procurando não fazer vitimas e pensando culpa onde só havia loucura.
Parei.
Tentei entregar de novo a minha vida á linha que lhe traçara.
Mas recuei perante as dificuldades que eu proprio criei.
Perdi os que amava mais, e só recuperei alguns.
Faz-me falta o sorriso malandro do Ernesto, as irreverências da Teresa que deu ás filhas uma educação liberal e responsável e que sempre me marcou por isso, falta-me o afecto da pipa e da marta, falta-me o respeito e ademiração do gil,(bem como o perdão que lhe devo), falta-me a Paulita que se tornou mulher bem defronte da minha pacata vida e se fez mãe no limiar da loucura. Falta-me a mãe Fernanda feliz pelos meus sucessos, o pai Bernardino e as suas viagens a Àfrica. Falta-me tanto mais de cada um deles.
Faltam-me os que viam o brilho dos meus olhos quando me embrenhava num projecto novo, se calhar porque os meus olhos já não brilham.
Tentei atribuir culpa a coisas e a pessoas, quando só eu a assinei.
De repente passam pela minha vida outras pessoas, outros amigos, e esses preservo, o pedro, a margarida, o vasco e a sua familia toda, incluindo os melkianos.
E de repente revejo-me a viver situações horriveis, por um envolvimento fast food, sem sentido, orientação ou sem futuro, sem sonhos. Vejo-me a viajar de novo por um brutal labirinto de torturas, mentiras, leviandades, mais mentiras e um fraco caracter.
E que faço? Armo-me de novo em Deus, e penso que posso mudar o mundo. Sentimo-me culpado e não deixo que as pessoas errem por si proprias. Crio barreiras, faço justiça por maos proprias.
Essencialmente destruo o Paulo que todos sempre gostaram em vez de construir um novo e mais vigoroso.
E tenho que o dizer, a mulher que sempre amei, que sempre me amou,que comigo construi o futuro das nossas almas, essa, desvalorizei, remetendo-a a um papel de amiga especial, quase única, que sempre me segurou as mãos, que sempre me susteve as pernas, que sempre me levantou a cabeça, para prosseguir na estrada que escolhi. Tenho que o dizer, esta mulher é única, é a melhor de todas.
Não posso deixar de o dizer: A minha Mulher, a quem pertenço, a quem tudo devo, e a quem tudo fiz, merece melhor respeito e amor do que aquele que lhe sempre lhe dei.
Upi, Upi, Upi...
Porque consegui, pelo menos chegar a esta conclusão!!!!

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