sexta-feira, 18 de abril de 2008

Cuba Libre...e açores a ferros!

Ouvi hoje uma fantástica reportagem, na TSF, sobre a Cuba de Castro. Fidel e agora Raul!
A ilha da ideologia, da liberdade, do fracasso da mente, de correntes da prisão, e da luta.
Quanto mais apertada é a vigilância, maior é o exemplo de liberdade e de luta. Sem ideologias de esquerda ou direita, de religião ou outra, mas sim uma luta de pequenos, contra grandes, de ameaça e solução.
E de pequenas revoluções, diárias e persistentes.
Grande cuba que a politica torna eterna, mas que a musica faz sentir e chorar e rir e cantar e dançar e dançar outra vez.....

Foi directa a ligação a S.Miguel, aos Açores, a 6 anos da vida da minha família, a seis anos da minha vida, a seis anos da construção da vida dos meus filhos e a seis anos de maturação que transformaram a minha personalidade em fraca e a da Ana Cristina, forte, muito forte. A mesma fraqueza e força que tornam outros indiferentes.
Mas a paixão pelos Açores e pelas suas gentes ficou, fica e ficará.
A luta das pessoas, singular ou colectiva, é uma marca que prevalece, mesmo que subliminar.
Mas também a liberdade e a afirmação, como forma de revolucionar o futuro, que este presente é demasiado ameaçado para ser livre.

Falar dos Açores, mais do que retratar as suas paisagens verdes, é falar das vidas que a cultura, o hábito, o machismo, ou o tempo, tornam cinzentas.
Falar de relações é difícil e perigoso, mesmo que seja feito no sentido de enaltecer as mulheres que sofrem no silêncio a infidelidade, mais de apoio e amor, que de sexo, que é tão comum, ou o das que aceitam do conjugue tudo, uma vez que este deixe o seu salário disponível, ou o que este transforma em estatuto.

È pobre reduzir um povo e uma historia a um punhado de envergonhados factos como este.
MAs é Cuba e os Cubanos, nos seus gritos ensurdecedores, que me fazem chorar no silencio dos açorianos que apreendi a amar.

Ta dito!

2 comentários:

Anónimo disse...

(...)
"Ah, quanto mais ao povo a alma falta,
Mais a minha alma atlântica se exalta
E entorna,
E em mim, num mar que não tem tempo ou spaço,
Vejo entre a cerração teu vulto baço
Que torna."
(...)

F.Pessoa, Mensagem


Elsa, directamente dos Açores

Anónimo disse...

Lembrei-me deste pequeno texto... entretanto não consegui deixar de dizer mais alguma coisa, ficou-me na garganta o teu texto. Não sou de São Miguel, mas já cá vivo há uns anos. Não sou de cá, mas parte de mim já sente que sim. Não sou de São Miguel, mas cá, já fiz amizades. Algumas perduraram e são fortes, outras fugazes e vulneráveis. Não sou desta ilha, mas estou cá a lutar pelos meus interesses e pelos interesses da minha família. Não sou de cá, mas cá tenho aprendido a ser forte, paciente e lutadora. Não sou de cá e, por isso, apesar de tudo, ainda não me tornei cinzenta. Cá trabalho, cá vivo, cá criei a minha família, cá fiz o meu filho, cá estou a educá-lo. Por cá tenho encontrado as melhores pessoas e as outras, as menos boas, aprendi a mandá-las vaguear, dar uma volta. Como não interessam passam ao lado, por isso, quase nem conheço pessoas assim. Aprendi a saber escolher depois do benefício da dúvida e passado o teste... ficam ou vão.
O verde da ilha é sempre verde, embora, por vezes, seja um verde seco ou um verde alface, depende do dia, da chuva e da distância a que se vê...lol
Bom, a verdade é que esta ilha sempre foi mais bonita no primeiro ano que para cá vim. Grandes amizades... grandes dias... grandes almoços... jantares... serões... tardes... cafés... praias... amigos... crianças... amigos... amigos... amigos... amigos... provações... amigos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Um beijo

Elfi
de São Miguel