Fui recentemente director de uma agência de media, uma serie de anos. Sempre manifestei o meu desagrado por estratégias que afastassem os Media do seu papel profissional de informar, com isenção e rigor.
O director Geral do Correio da Manhã, reuniu algumas vezes comigo sem que me convencesse que este diário era um bom exemplo de jornalismo e se dirigia ás classes médias altas.
Nunca concordei. sempre achei que a escrita do Correio da Manhã era mais tabeloide, mais sensacionalista, mais fácil, mais baixo.
Possivelmente ele tinha razão e eu não. Ele continua lá e eu já sai da Media.
Mas agora pensem:
As 7 maravilhas foram apoiadas pela Lusomundo (concorrente da Cofina - Dona do Correio da Manhã ) e por isso deu no diário de Noticias (pelo menos) uma cobertura decente para além da jornalística.
O Público que não apoiou nem patrocinou ninguém, trouxe o assunto á capa e oferece-lhe no interior uma dupla página com o rigor a que este diário nos habituou.
O CORREIO DA MANHÃ, na ultima página trás um artigo onde lembra que o evento não teve a aprovação da UNESCO, fala das maravilhas portuguesas com desdém, não enumera as novas sete maravilhas do mundo, e tem como titulo: José Sócrates Vaiado na luz.
Isenção, jornalismo e imparcialidade face aos interesses do marketing.
Para o Correio da manhã ainda bem que já não estou na Media.
Eu acho que assim o pais continuará a ser uma merda. Na proporção directa da merda que nos informa.
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