Confissão.

Amuo!
Confesso que quando as coisas não correm como amaria, amuo.
Desenho na minha vida momentos únicos. Por do sol alanrajado, que de um momento para o outro é tapado por uma nuvem cinzenta escura.
Preparo-me para ver o céu espelhado em belas e naturais lagoas, e escurece de repente.

Tenho na vida a imagem da miúda gira de olhos brilhantes, com um sorriso pintado na face, uma coração aberto, que caminha na minha direcção. Levanto-me com a sensação de que fui o escolhido. E ela segue, ultrapassa a minha figura patética, e abraço um outro cavalheiro atrás de mim.

A porra da diabetes altera-me o estado de espírito com frequência. Mas é o meu dia a dia de desilusão que faz o trabalho sujo de me amuar.

Um dia encontrei o equilíbrio de dar e receber, mas já nem me lembro quando, como e onde o deixei.

Hoje ainda me apaixono com frequência por personagens que leio nos blogs, ou que visito nos facebooks, ou que cruzo na vida, na minha e na dos outros. Mas já é só uma postura de visitante e não de protagonista.

È verdade que a história do corpo, essa coisa do sexo, perturba a relação das pessoas. MAs também é verdade que a suavidade do toque de um corpo que abriga uma alma que amamos é boa e enérgica. E, no entanto, não podemos andar por aí a tocar nas pessoas com o deslumbramento do ET de spilberg.

Se o futuro é assim, cada vez mais cinzento, menos de descoberta, mais de tristeza, menos de deslumbramento, mais de lágrimas........então digam-me, digam-me por favor, onde se acelera!

Ando amuado, confesso. E já nem sei se posso mudar isso sozinho.